Dólar fecha em queda de 0,97%, a R$5,2276 6w1g3x

Publicado em 07/05/2021 18:23 e atualizado em 08/05/2021 08:58

4z295v

Por José de Castro

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar voltou a cair nesta sexta-feira, fechando numa mínima em quase quatro meses e contabilizando a maior queda semanal desde dezembro, com reação a ingressos de recursos e a um contínuo movimento de desmonte de posições compradas na moeda norte-americana por perspectiva de mais alta de juros no Brasil e de permanência de estímulos globais.

A cotação chegou a operar em alta logo no começo do pregão, indo a uma máxima de 5,2963 reais (+0,33%), mas às 9h30 despencou e seguiu em queda até bater uma mínima de 5,2047 reais (-1,40%) por volta de 12h.

A queda drástica ocorreu logo após os Estados Unidos reportarem geração muito menor de vagas de emprego em abril, o que alimentou expectativas de que o banco central norte-americano (Fed) manterá bilhões de dólares em estímulos por ainda mais tempo, sem subir a taxa de juros.

À tarde, o presidente dos EUA, Joe Biden, e a secretária do Tesouro, Janet Yellen, destacaram a necessidade de mais auxílios para auxiliar na retomada econômica, endossando no mercado expectativa de mais oferta de dinheiro barato.

O resultado foi o tombo do índice do dólar a mínimas em dois meses e o rali de um índice de moedas emergentes a uma máxima histórica, puxado pelo iuan chinês. Os movimentos ocorreram em linha com a baixa nos rendimentos dos Treasuries, que, contudo, se recuperaram no fim do pregão.

A liquidação do dólar lá fora se estendeu para o Brasil. A moeda à vista caiu 0,97%, a 5,2276 reais na venda, menor valor desde 14 de janeiro (5,212 reais).

Veja gráfico do índice do dólar (roxo), do rendimento do Treasury de dez anos (laranja) e da taxa de câmbio dólar/real (verde):

Na semana --marcada pela sinalização do Banco Central de uma política monetária mais austera--, a moeda caiu 3,75%, mais forte baixa desde a semana encerrada em 4 de dezembro ado (-3,77%).

"O arbitrador vai trazer dinheiro para a renda fixa no momento em que o BC começar a subir mais consistentemente os juros. Haverá fluxo para título de dívida, emissão de empresas... Isso ainda não é uma verdade hoje, mas confirmada a sinalização poderá ser", disse Carlos Eduardo Tavares, diretor executivo de câmbio do banco BS2.

"Com juro real de 2% você tem a aceleração do desmonte de posições compradas em dólar. A pressão para baixo (no dólar) deve continuar ainda um pouco", acrescentou.

O dólar já cai por seis semanas consecutivas, mais longa série do tipo desde as mesmas seis semanas de queda findas em 26 de outubro de 2018.

Na atual sequência de baixas, a cotação acumula recuo de 8,94%.

Para Caio Megale, economista-chefe da XP, os fundamentos da taxa de câmbio indicam que o real poderá continuar em apreciação nos próximos meses. A XP está em processo de revisão de cenários e, por ora, vê o dólar encerrando o ano em 5,30 reais, mas não descarta chances de a moeda bater 5 reais até lá.

"O viés do dólar no curto prazo é de baixa. (...) As pessoas se preocupam com a I da Covid. Sem nada catastrófico, a I da Covid tende a tirar foco do Ministério da Economia, alivia o ambiente econômico, tira foco do fiscal", avaliou Megale.

Fonte: Reuters

NOTÍCIAS RELACIONADAS 3hz63

Ibovespa fecha em queda com Petrobras entre maiores pressões
Dólar fecha em leve alta ante o real com mercado de olho em Brasília
Taxas dos DIs cedem após dados fracos dos EUA, mas temor fiscal segura movimento
Setores do aço e alumínio cobram maior defesa comercial do Brasil após alta de tarifas dos EUA
STOXX 600 marca pico em uma semana e ações alemãs sobem com aprovação do pacote de isenção fiscal
México diz que anunciará medidas na próxima semana se não houver acordo com EUA sobre tarifas de metais
undefined