Dólar tem leve alta após rebaixamento dos EUA e com tarifas em foco 723a6j

Publicado em 19/05/2025 10:06 e atualizado em 19/05/2025 11:15

4z295v

Por Fernando Cardoso

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar à vista tinha leve alta ante o real nesta segunda-feira, à medida que os mercados globais reagiam ao rebaixamento da nota de crédito dos Estados Unidos pela agência Moody's e à continuação das incertezas comerciais, enquanto os investidores nacionais também avaliavam dados de atividade econômica.

Às 9h54, o dólar à vista subia 0,17%, a R$5,6787 na venda.

Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento tinha alta de 0,33%, a R$5,707 na venda.

Os movimentos da moeda brasileira nesta sessão tinham como pano de fundo as perdas da divisa dos EUA e de ativos de maior risco no exterior, com investidores buscando ativos seguros após a decisão da Moody's na sexta, gerando pressão sobre o real e seus pares emergentes.

A agência de classificação de risco rebaixou a nota de crédito da maior economia do mundo em um degrau, de "Aaa" para "Aa1", citando dívida e juros crescentes, "que são significativamente mais altos do que os de soberanos com classificação semelhante".

O corte ocorreu após um rebaixamento feito pela rival Fitch, que em agosto de 2023 também reduziu a classificação soberana norte-americana em um nível, citando a deterioração fiscal esperada e repetidas negociações urgentes sobre o teto da dívida. A Standard & Poor's rebaixou os EUA em 2011.

A percepção de investidores sobre a mudança é de que os prêmios de risco dos EUA tendem a ficar elevados, o que implica uma taxa de juros alta e rendimentos maiores para os Treasuries no médio e longo prazo, o que torna os títulos mais atraentes para recursos estrangeiros, afetando ativos mais arriscados.

"O downgrade da nota de crédito dos EUA está reverberando um pouco... naturalmente, o mercado vai pedir um pouco mais de prêmio pelo risco EUA e deve refletir nos Treasuries também", disse Fernando Bergallo, diretor de operações da FB Capital.

O rendimento do Treasury de dez anos --referência global para decisões de investimento-- subia 12 pontos-base, a 4,558%.

Em relação à divisa dos EUA, o movimento deste pregão implicava uma fuga em direção a outras moedas vistas como seguras, como o euro e, principalmente, o iene.

O índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- caía 0,52%, a 100,240.

As incertezas comerciais continuam em foco, com os mercados à espera do anúncio de novos acordos comerciais dos EUA com seus parceiros, já que negociações seguem em andamento para conter as altas tarifas do presidente Donald Trump.

Na cena doméstica, o mercado avaliava dados sobre atividade econômica, com o Banco Central informando que seu Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), considerado um sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), avançou em março 0,8%, em resultado acima do esperado.

Mais cedo, analistas consultados pelo BC na pesquisa Focus voltaram a reduzir a estimativa para a inflação este ano, agora projetada em 5,50%, de 5,51% na semana anterior. O centro da meta oficial para a inflação é de 3,00%, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

Fonte: Reuters

NOTÍCIAS RELACIONADAS 3hz63

Coalizão de frentes parlamentares se unem contra MP ‘Taxa-Tudo’
Usina de enriquecimento de urânio do Irã acima do solo em Natanz foi destruída, diz chefe da AIEA
Wall St termina em forte queda com retaliação do Irã contra ataque de Israel
Dólar fecha estável no Brasil em dia de tensão após ataque de Israel ao Irã
Ibovespa tem queda modesta com Petrobras amortecendo aversão a risco com Oriente Médio
Irã dispara menos de 100 mísseis contra Israel; a maioria foi interceptada, dizem militares israelenses