Demanda aquecida e perspectivas de aberturas de mercado impulsionam otimismo por novos recordes na exportação de gado vivo 3n3o2y
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Com uma demanda internacional aquecida, os embarques de gado vivo do Brasil devem manter o ritmo forte em 2025, e o setor já vislumbra a conquista de novos mercados nos próximos dois anos. De acordo com a UPEAV (União dos Pecuaristas Exportadores de Animais Vivos do Brasil), a estimativa é que o volume exportado possa alcançar 1,5 milhão de cabeças ainda neste ano.
Por outro lado, as estimativas do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) para 2025 é de queda, em relação a 2024 - isso desde o relatório de outubro/24. Em abril/25, porém, no relatório mais atual, o USDA manteve a estimativa de queda em relação a 2024, mas com um volume superior ao estimado em outubro/24 - ando a estimativa de 515,0 para 750,0 mil cabeças.
De acordo com a Scot Consultoria, apesar desta estimativa de retração, se confirmado, será o terceiro melhor ano para o setor na história brasileira, representando uma ótima via de retorno ao produtor e de maior opção à cadeia produtiva da pecuária brasileira.
No primeiro trimestre de 2025, foram embarcadas 236,4 mil cabeças, sendo o maior volume registrado em março, em que foram exportadas 84,3 mil cabeças. Segundo a Analista de Mercado da Scot Consultoria, Isabela Stevanatto, destacou que os embarques vêm se recuperando desde 2021, na qual foram comprometidas pela pandemia, os entraves logísticos caracterizaram o período como o aumento do custo do frete marítimo, que é o principal modal de exportação dos bovinos vivos.


“De 2021 para cá, a recuperação da exportação é notável. O faturamento deste mercado também acompanhou este crescimento e registrou recorde na receita em 2024, em que chegou a US$ 830 milhões. Nos primeiros meses deste ano, já alcançamos um faturamento de US$ 230 milhões”, relatou ao Notícias Agrícolas.

O faturamento alcançado neste primeiro trimestre de 2025 já é superior à receita total dos anos de 2020, 2021 e 2022. Se os embarques continuarem nesse ritmo até o final do ano, podemos chegar a um faturamento próximo de US$ 910 milhões.
Dentre todas as categorias exportadas do setor pecuário, o faturamento das exportações brasileiras de gado vivo disparou 201% no primeiro trimestre de 2025 em comparação com o mesmo período do ano anterior, conforme aponta um estudo da Athenagro.

Em 2025, até março, o Pará lidera dentre os principais estados brasileiros e com folga – o estado respondeu, até o momento, por 66,0% dos embarques — o equivalente a 155,9 mil cabeças — e 62,7% do faturamento, somando US$142,7 milhões.
“Vale destacar que, neste ano, o Pará completou um ano como área livre de febre aftosa, resultado do fortalecimento dos protocolos sanitários. Com isso, a pecuária do estado conquistou o a outros mercados”, informou Stevanatto.
Na sequência, Rio Grande do Sul, com 47,7 mil cabeças, São Paulo, com 3,9 mil, Acre, com 1,5 mil, e Paraná, com 1,3 mil cabeças exportadas.
Com relação aos principais destinos, a Scot Consultoria que os dez maiores compradores de gado do Brasil neste primeiro trimestre foram: Egito, com 29,4% das compras, Turquia, 26,0%, Marrocos, 14,5%, Líbano, 9,6%, Iraque, 7,4%, Arábia Saudita, 7,2%, Argélia, 3,2%, Jordânia, 2,0%, Gabão, 0,4%, e Nigéria, com 0,03%.

De acordo com a liderança da UPEAV, Adriano Caruso, a estimativa é que o Brasil conquiste a abertura de mais quatro países da Ásia ainda neste ano para exportar gado vivo. Dentre os países estão Malásia e Vietnã, Indonésia e Pasquistão.
“Já temos uma demanda bem consolidada para o Oriente Médio, mas com a possibilidade de novos mercados vamos poder exportar igual ou até superior ao volume enviado aos países árabes”, reportou o Presidente da UPEAV.
Além disso, Adriano Caruso informou que com o plano de investimento da JBS para a construção de duas fábricas no Vietnã vai demandar muito gado vivo. “Geralmente, associamos os embarques de gado vivo por motivos religiosos, mas temos muitos países que compram o gado por não terem condições para manter um rebanho”, ressaltou ao Notícias Agrícolas.
Com a perspectiva de demanda aquecida, a UPEAV já vem buscando alternativas e ampliação para escoar os animais vivos nos portos do Brasil. “Estamos estudando para iniciar os embarques tanto no porto de o Porto de Ilhéus, na Bahia e no Porto de Açu, no Rio de Janeiro. Já estamos em busca de questões e liberações sanitárias para o embarque”, destacou.
UPEAV
Em busca de melhores margens para o setor, mais de 260 pecuaristas se uniram para criar a UPEAV (União dos Pecuaristas Exportadores de Animais Vivos do Brasil) e transformar a dinâmica de negociação para a exportação de gado vivo. A iniciativa garante que os criadores negociem diretamente com os compradores do mercado internacional e eliminando os intermediários.
De acordo com o Presidente da UPEAV, Adriano Caruso, os pecuaristas associados não vão precisar depender de tradings ou atravessadores e podem garantir uma margem de lucro de até 20% a mais no valor da arroba do boi.
“Além dessa rentabilidade ao pecuarista, a Associação vai realizar a captação de compradores internacionais, com países que têm acordo sanitário com o Brasil. Além disso, a associação vai monitorar as operações logísticas, sanitárias e financeiras em todas as etapas e vai trabalhar junto às Câmaras Comerciais e Embaixadas de cada país comprador. É importante destacar que a UPEAV não terá fins lucrativos”, reportou Caruso ao Notícias Agrícolas.
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