Exclusivo ao NA: "Praticamente não temos café", relata produtor colombiano 20653g
O maior concorrente na produção de café arábica do Brasil além de enfrentar problemas climáticos e quebra na produção, nesta semana também viu os embarques de café serem comprometidos pelos protestos e caos que tomaram o país nos últimos 10 dias e está prejudicando toda a logística colombiana.
Os protestos, convocados originalmente em oposição a um plano de reforma tributária, agora cancelado, exigem que o governo tome atitudes para enfrentar a pobreza, violência policial e desigualdades na saúde e nos sistemas de educação. Infelizmente, vinte e quatro pessoas, a maioria manifestantes, morreram.
"Estamos completamente parados. As exportações paradas, não há nenhum movimento de café para os portos ou internamente", afirmou Roberto Velez, presidente da Federação Nacional dos Cafeicultores (FNC) - destacou a agência Reuters durante esta semana.
Apesar de lavouras apresentarem bom aspecto, produtor afirma que quebra será significativa
Os preços na Bolsa de Nova York (ICE Future US) refletiram os problemas e subiram mais de mil pontos em dois dias. Segundo analistas ouvidos pelo Notícias Agrícolas, além dos embarques, a seca no Brasil também foi um fator importante para altas, além de afirmarem que o cenário de forma geral segue sendo de preços firmes nas Bolsas.
Se no Brasil o produtor enfrenta problema com falta de chuvas, na Colômbia acontece o oposto. Segundo Juan David Cardona - Diretor da Associação de Jovens Cafeeiros de Ciudad Bolívar, o excesso de chuvas atrapalha o desenvolvimento da primeira safra.
Com o produtor colombiano descapitalizado para investir e aumento de ferrugem no parque cafeeiro como consequência da chuva, a expectativa de quebra, considerando as duas safras, é de pelo menos 50%.
Também nesta semana, os números da Federação Nacional dos Cafeicultores (FNC) indicaram um aumento de 9% na produção da Colômbia no mês de abril e um aumento de mais de 60% nas exportações. A realidade, no entanto, segundo Juan, é mais preocupante.
De acordo com o produtor, o país vem exportando mais do que a produção e quase não há mais estoques nas cooperativas ou na mão do produtor. "Realmente temos uma escassez de café.Temos visto desde janeiro deste ano que Colômbia está exportador mais que produzindo", comenta.
Chama atenção ainda para a quantidade de café que a Colômbia vem importando do Brasil nos últimos dias. Segundo Juan, isso é reflexo da exportação em massa, avaliando ainda que pelo menos 80% do café para consumo doméstico na Colômbia, é proveniente do Brasil.
Confira as imagens enviadas pelo o Juan David Cardona - Diretor da Associação de Jovens Cafeeiros de Ciudad Bolívar
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